Escrevi uma crónica inteira sobre ventos e casamentos, os dias passados em Espanha e as pessoas que lá conhecemos. Mas ao desembarcar em Marrocos e dar de caras com novos sorrisos, sons e cheiros, sinto que o timing para esse texto passou.
Não é por isso que vou esquecer a hospitalidade da Astrid e do Ricky, ou a surpresa que se revelou o nosso passeio a El Rocio, ou qualquer dos kms pedalados em Espanha – mas hoje completa-se 1 mês desde que apanhámos o primeiro ferry, em Lisboa, e não consigo evitar uma espécie de balanço.
Oiço o chamamento à oração, nos altifalantes de uma mesquita mesmo aqui ao lado, e lembro-me de todas as coisas que ainda estão para vir. Mas o que já passou...
4 semanas! Como descrever, numa só crónica, 1000km nas pernas? Cada pedalada é uma vitória, a cada km vamos conquistando um sonho – o nosso sonho! – e não há palavras que descrevam isso com justiça. A partida, as primeiras pedaladas até Setúbal, a chegada ao Algarve e a sensação de passar a primeira fronteira: pequenas conquistas diárias que se prolongaram durante 1 mês, e quase sem darmos por isso estávamos a embarcar no ferry para Tanger.
Lembro-me da noite em que, após quase 2 anos a tentar “vender” outros projectos a possíveis patrocinadores, decidimos fazer qualquer coisa por nossa conta. Uma viagem de carro, por Marrocos, até ao Senegal... quem sabe Mali. Era o momento certo para filmar, escrever e tirar fotos, reunir material para mostrar o tipo de coisas que queríamos fazer. Mas não tínhamos muito dinheiro.
“E se fôssemos de bicicleta?”, perguntou-me o Carlos. Eu respondi que sim, meio-a-brincar, mas com a certeza de que se fosse esse o caminho, era mesmo esse. Tínhamos 1000 euros cada – e numa só noite, o que começou por ser uma limitação, transformou-se no nosso “ponto de honra”. Fizémos um pacto de silêncio, para não acharem que éramos doidos, e só começámos a contar aos amigos quando tivémos a certeza que íamos mesmo. Daí ao Terreiro do Paço foi um instante.
Dakar é um objectivo pessoal. Onde os 1000 euros nos levam – esse é o verdadeiro desafio. Ainda acredito que conseguimos chegar ao Senegal, mas se essa meta já era secundária, agora é só um pormenor. Não interessa até onde vamos, no fundo nem interessa saber com quanto vamos – o mais importante, a mensagem que queremos passar, é reconhecer um copo meio-cheio em vez de meio-vazio, bebê-lo de um trago e sorrir. Porque até meio-copo-de-água pode matar a sede.
Não é por isso que vou esquecer a hospitalidade da Astrid e do Ricky, ou a surpresa que se revelou o nosso passeio a El Rocio, ou qualquer dos kms pedalados em Espanha – mas hoje completa-se 1 mês desde que apanhámos o primeiro ferry, em Lisboa, e não consigo evitar uma espécie de balanço.
Oiço o chamamento à oração, nos altifalantes de uma mesquita mesmo aqui ao lado, e lembro-me de todas as coisas que ainda estão para vir. Mas o que já passou...
4 semanas! Como descrever, numa só crónica, 1000km nas pernas? Cada pedalada é uma vitória, a cada km vamos conquistando um sonho – o nosso sonho! – e não há palavras que descrevam isso com justiça. A partida, as primeiras pedaladas até Setúbal, a chegada ao Algarve e a sensação de passar a primeira fronteira: pequenas conquistas diárias que se prolongaram durante 1 mês, e quase sem darmos por isso estávamos a embarcar no ferry para Tanger.
Lembro-me da noite em que, após quase 2 anos a tentar “vender” outros projectos a possíveis patrocinadores, decidimos fazer qualquer coisa por nossa conta. Uma viagem de carro, por Marrocos, até ao Senegal... quem sabe Mali. Era o momento certo para filmar, escrever e tirar fotos, reunir material para mostrar o tipo de coisas que queríamos fazer. Mas não tínhamos muito dinheiro.
“E se fôssemos de bicicleta?”, perguntou-me o Carlos. Eu respondi que sim, meio-a-brincar, mas com a certeza de que se fosse esse o caminho, era mesmo esse. Tínhamos 1000 euros cada – e numa só noite, o que começou por ser uma limitação, transformou-se no nosso “ponto de honra”. Fizémos um pacto de silêncio, para não acharem que éramos doidos, e só começámos a contar aos amigos quando tivémos a certeza que íamos mesmo. Daí ao Terreiro do Paço foi um instante.
Dakar é um objectivo pessoal. Onde os 1000 euros nos levam – esse é o verdadeiro desafio. Ainda acredito que conseguimos chegar ao Senegal, mas se essa meta já era secundária, agora é só um pormenor. Não interessa até onde vamos, no fundo nem interessa saber com quanto vamos – o mais importante, a mensagem que queremos passar, é reconhecer um copo meio-cheio em vez de meio-vazio, bebê-lo de um trago e sorrir. Porque até meio-copo-de-água pode matar a sede.
16 comentários:
SHANTI LEE diz:
Eu sou um viajante,um escalador de montanhas - dizia de si para si - não me agradam as planicies e parece que não posso estar muito tempo no mesmo sítio.
E sejam quais forem os meus destinos e as minhas aventuras, sempre implicaram uma viajem ou uma ascenção de montanha,nunca se repete senão a nossa experiência.
ZARATUSTRA
Acompanho com muito interesse e curiosidade a vossa viagem e os vossos relatos.
Estou de acordo convosco que o que interessará menos são os 1.000 euros e até onde chegarão.
O mais importante é a realização de um sonho e do vosso projecto pouco comum, estimulante a novas aventuras, enriquecedor de experiências, a transmissão de novos valores a todos os que acompanham esta vossa experiência de entusiasmo.
Desejo-vos muita força e sorte para a viagem e aguardo com interesse os vossos relatos entusiastas.
Boa viagem !
Olá Jorge continuo a seguir a vossa viagem e a adorar o vosso trabalho e o optimismo que
transmitem.
Realmente foi necessário ousar para conquistar mas depois acreditar muito no que se está a fazer. Parabéns.
Para terminar aí vai um pensamento sobre o optimismo, que li algures.
"Para o optimista todas as portas têm maçanetas e dobradiças, para o pessimista todas as portas têm trincos e fechaduras"Beijinhos A.L
Jorge gosto muito da tua postura e da maneira como nos transmites as tuas vivências.
Tu és um verdadeiro comunicador que chega a todos nós.
Porquê ir à Mauritania se podem ir á Musgueira, e porquê ir a dakar se podem ir à damaia? Não vai dar ao mesmo e em vez de 1000 euros gastar 2,70 no lisboa vida para os 2?.
Vejam lá se chegam a tempo do rock in rio!
Ola mais uma vez..
hoje li os posts que nao tive tempo para ler durante a semana passada..
so tenho mesmo uma coisa a dizer - Parabens por nos levarem convosco tao longe.. :)
bjos e coragem!!
metao videos ,metao videos .... ooooooooooooooOOOOOOOOOOOOooooooooooooooooo
(onda) a voces
onde andam voces???
Espero que consigam alcançar os vossos objectivos e que corra tudo bem com voçês.A experiência que voçês estão a viver é unica aproveitem bem !
Boas pedaladas e mantenham o bom humor que tenho visto nos vosso videos.
Força nas canetas e «bota» para a frente!
Vocês são grandes!!!
Desejo-vos que a vida vos corra como essa vossa aventura: Preserverança ao máximo, muita diversão, empenho, obstáculos ultrapassados, que partilhem os momentos com os amigos e acima de tudo que sejam felizes!
Já agora... boa páscoa, espero que tenham encontrado umas amêndoas para festejar!!
Beijinhos
Então meninos?
Queremos mais notícias e vídeos.
E o tal video da vossa tarde no Rocio de final imprevisível ?
Que eu saiba aí em Marrocos não se pratica o Sabbath.
Queremos boas novas de vocês !
Luna e as amigas
BOA PASCOA MENINOS!
A QUE TAMBEM DESEJAR CA A MALTA BOA PASCOA!
Sempre a pedalar.
da curiosa
Que bom texto, bela retrospectiva. Obrigada por nos levarem também na bagagem! Boa viagem :)
Muito bom o video e o teu balanço emocionado!!!!
Abraços
Gonçalo
Estou convosco na vossa aventura.
E gostava que chegassem ao dakar, para que podessem cumprir os vossos objectivos.
E que a noticia saisse no telejornal das 8 da noite, de um modo bombastico.
Se faltar massa ponham o vosso nib no site, para a maltar financiar a chegada ao dakar.
Um abraço
Pedro Crespo
grandes maiores!!!
um abraço e boas sorte :)
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