quarta-feira, 17 de setembro de 2008



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Mais uma tagine, sff!

21/03/2008
Com um sol magnífico na manhã seguinte, já não estávamos com pensamentos tão negros...

Essaouira é lindo: mar transparente, areia muito fina, o porto tem só barcos azuis e quando se entra na medina, há uma profusão de cores... nos tapetes, nos condimentos, nos cabedais. Rendidos ao chá de menta, tivémos que comprar folhas secas de hortelã, caril, óleo de "Argan", que faz bem à pele, ao cabelo e serve para temperar saladas.

Continuámos viagem por uma estrada fantástica. Parámos pouco antes de Agadir, numa praia de surfers e almoçámos... adivinhem o quê... tagine!!! Desta vez é de galinha!

Passámos Agadir, Tiznit, e fomos dormir a Sidi Ifni. A estrada para lá é um salpicado de cactos verdes e gordos... muito gira. Ficámos num hotel sobre o mar e jantámos mais uma tagine!

Por falar em tagine: vou explicar a quem não sabe o que é - imaginem uma caçoila de barro, mas em forma de pirâmide. Lá dentro, são colocados os legumes, batatas, a galinha, ou o peixe, ou o borrego… enfim, o que eles entenderem. O sabor (graças aos condimentos fortes e característicos da cozinha marroquina) é sempre o mesmo! É uma espécie de guisado... óptimo, mas depois de 3, 4, 5 refeições de "tagine”...


22/03/2008
Passámos Guelmim e almoçámos em Tan-Tan Plage - e apanhámos a 1ª multa. Ao sinal "Alto-Polícia" é mesmo para parar... mas como não vimos ninguém, andámos! De 400 Dh, conseguimos negociar para 100 Dh e uns pacotes de bolachas "Triunfo"...

Adorámos Tarfaya e a simpatia das pessoas… guardo boas recordações do sr. Mohammed! Com ele, aprendemos imensas coisas de Marrocos... e ainda nos levou a casa para beber um chá. Foram todos de uma simpatia... os filhos, a mulher, a hospitalidade foi inacreditável!

Seguimos viagem até Laayoune, de onde continuámos até ao Cabo Bojador... que desilusão! Até perguntámos onde estávamos, porque não nos parecia ser ali! Já nos estávamos a ver a fazer pose ao pé de um monumento ao nosso Gil, mas nada! Nem uma foto tirámos... a quê?!

Continuámos para Dakhla.

24/03/2008
Fomos aproveitar a praia e apanhar umas ondas. Mudámo-nos para um parque de campismo, onde pudemos assar uns chouriços que ainda estavam na mala do carro, sob o olhar desconfiado do pessoal do parque (nota: avisámos que era porco, mas não se fizeram rogados...)

O jantar foi mais uma tagine... agora de peixe, mas se me dissessem que era galinha, eu acreditava!


25/03/2008
Na estrada para a fronteira começámos a ver uns sinais com umas caveiras e uns carros todos ardidos... ó mãe! São campos minados!

Chegados à fronteira, começam as "formalités": o Eduardo, de jipe, foi afastado e desapareceu da nossa vista! Lá andámos à torreira do sol, passaporte para um lado, carimbo no outro, chama daqui, vai para acolá... e mulheres, nem vê-las. Só eu! Meio dia depois, a última das formalidades foi debaixo de uma árvore, com um polícia (calculo) cheio de calor. Travámos conhecimento com um mauritano que fazia esta viagem muitas vezes, e que se ofereceu para nos guiar pela "Terra de ninguém". Boa!

Do Eduardo, nem vê-lo. Íamos deixar um amigo para trás, porque eles mandaram-nos avançar e não dava para esperar do lado de lá da fronteira. É demasiado inquietante e perigoso!

Saímos e... eu não queria acreditar... É arrepiante!

9 comentários:

Anónimo disse...

Não sei se quero tentar tagine. por um lado gosto de provar coisas novas, mas fiquei um bocado enjoada depois da Dina comer tantas. :)

bjs e boas aventuras
sónia

Anónimo disse...

Para ser sincero, nem tagine nem guisados, só muito de vez em quando...
Os nossos almoços mais recorrentes acabaram por ser pão (dos redondos) com la vache que rie espalhada lá dentro e bocados duma espécie de mortadela - saía a um preço ridiulo de barato, e não enchia a pança para as pedaladas.
Agora o que realmente gostei quando li texto da Dina foi o seu desapontamento no Cabo Bojador -com a ausência de marcas portuguesas - algo que me deixou tão incrédulo, que desde que o assumimos no blogue, esperei sempre por um comentário dum professor de história a enxovalhar-nos em público!
Mas será que não há mesmo nada? Na próxima levo uma plaquinha de metal e prego-a a uma rocha...

Aubigné disse...

Que descrição excelente, exalta de tanta fidelização aos acontecimentos e de tão sintética e clara que se torna...

Quase que cheirei uma refeição de Tagine, mesmo nunca tendo experimentado, digo mais, à semelhança da "sónia", também enjoei de tanto ter comido...

Quanto ao Cabo Bojador, não me espanta porque é muito nossa prática não valorizarmos o nosso património histórico-cultural, muito menos se tiver haver com além fronteiras, já cá dentro é difícil.

Combinamos o seguinte, sempre lá formos levamos (eu ainda não fui), como diz o Carlos, uma plaquinha de metal e fazemos com que aquilo se pareça com um "santo adorado" de tantas plaquinhas metálicas do Carlos, da Dina, do Jorge, do Tiago, etc...e mais umas do Carlos, da Dina, do Jorge, do Tiago, etc...e enfim. Falo mesmo daquelas que se colam na parede a dizer "Médico Dentista...Dr. Albino Antão", mas com o texto "Cabo Bojador - Gil Eanes passou em 1434. Tiago. Eu Estive aqui ano X."

Bom! Fim de criticas, continuamos à espera de mais "Dina nas dunas" - parte 3, no vosso blog Carlos e Jorge.

Grande Abraço Jorge e Carlos, beijinho Dina.

TMA
http://westerneutour.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

Tiago, o problema no Bojador nem é a falta de um monumento... é mesmo a falta de um Cabo! Quando lá passámos foi uma guerra intensa porque ninguém sabia onde era o cabo. Foi preciso irmos ao Google Earth para perceber a geografia do lugar... e qual não foi a nossa decepção quando eram umas rochinhas de meio metro de altura.

Nós à espera de uma coisa imponente tipo Cabo da Roca, com 200 metros de rocha a pique, e afinal... o perigo que os nossos antepassados ultrapassaram estava todo no mar e nos ventos, e não no Cabo Bojador propriamente dito.

É uma decepção, o lugar... mas digamos que é uma decepção geográfica, não há qualquer tipo de património a preservar.

O melhor do Bojador, e a Dina que me confirme... é a entrada! Depois de centenas de quilómetros de uma estrada mínima, aparece uma espécie de Arco do Triunfo feito de golfinhos e avestruzes, e uma estrada de 3 faixas para cada lados, mas apenas 500m até entrar em Boujdour.

Anónimo disse...

O carro é espectacular! Onde é k o compraste? Por quanto?

Anónimo disse...

Por acaso também gostaria de saber mais sobre isso. Quanto dinheiro compraram para o carro? Precisaram de papéis especiais ou não foi preciso nada. Basta ir? A ideia de levar um carro e voltar de avião tem a sua lógica, a bem da verdade. E quem diz o Senegal diz outro sítio qualquer. Se pudesses dar algumas dicas sobre isso agradecia, Dina. O básico, que a partir daí cada um vai pelo seu "caminho"...

Obrigado desde já.
luís

Anónimo disse...

Olá a todos. Que comentários tão giros... ainda bem que estão a gostar dos meus relatos. E eu a pensar que ninguém ía ligar a mínima...Sónia, experimenta uma tagine, mas SÓ UMA! Nós até tínhamos muitas conservas e enchidos (à tuga, claro) na mala do 505. E ainda almoçámos (com o pão redondo...)alguns dos nossos víveres,mas rapidamente começaram a ser importantes para nos fazer andar para a frente nas fronteiras e para nos livrar de multas..."Un cadeau pour mes enfants"... passou a ser uma frase normal!
Vamos por partes: Jorge, de facto a estrada antes daquela coisa que é o Cabo Bojador é engraçada: parece que vais encontrar uma cidade enorme e muitas avenidas... e encontras o quê? Nada! Até o farol é longe da areia, repararam? Fica no meio de um bairro, ainda longe do mar...
Quanto aos carros, foram uma maravilha: Ambos comprados via net: o 505 custou 650 euros, veio de Vila Real e era de um emigrante que não andava quase nada com ele. Tirando a manha do fusível, foi um carro que deixou saudades. O outro, R 21, tb comprado pela Net, veio de Lisboa e esse nem um fusísel trocámos. Mudámos os pneus todos, levaram uma revisão e chegaram ao Senegal O destino foi a Guiné. Aí, o amigo do Eduardo, senegalês e que nos foi buscar a Rosso, foi uma peça fundamental. É que os registos dos carros ficam averbados aos nossos passaportes e tem que haver depois umas declarações de venda para nós podermos voltar de avião sem qualquer problema. No Senegal é proibido comprar /vender carros com mais de 5 anos e os nosso eram de 1982. Daí tb a dúvida de ir até lá de carro... como saíamos? Se não fosse esse senegalês, não tínhamos conseguido nada e era isso que toda a gente nos dizia: não saíamos da Mauritânia com os carros. Não passávamos a fronteira... Afinal, correu bem! MAs de facto, há que ter cuidado com esses documentos, porque é a 1ª coisa que eles perguntam: de quem é o carro? E vão até onde? E voltam para cima como?... Espero ter respondido a todas as questões... Beijinhos para todos, obrigada pelos elogios... Bjinhos Carlos, Jorge, Zé Fachada!

Anónimo disse...

fui o 99790!

o grande momento está a xegar

Anónimo disse...

~E eu fui o 97.800

Está quase!

É amanhã ou Dp.