Do Pinhão até à Régua, pelas margens do rio Douro, com o sol finalmente a brilhar e um cheiro a vinho e aguardente no ar. Que dia maravilhoso! Saímos cedo e pedalámos devagar, por isso quando chegámos à Régua, o comboio tinha acabado de sair e não havia maneira de chegarmos a tempo à Bertrand de Vila Real, onde ia ser a apresentação dessa noite. Acabámos por apanhar um táxi, que levou as bikes no porta-bagagens, metade-de-dentro, metade-de-fora!
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Dooooourooo!!!
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Sãos e salvos
Está tudo bem, já chegámos ao Porto (onde apresentamos hoje o livro, na Bertrand da Júlio Dinis, às 18:00).
Os últimos dias não foram especialmente intensos, mas entre pedalar, alguns compromissos e uma tarde de praia em Viana do Castelo... sobrou pouca energia para vir ao blog.
Estamos neste momento a descarregar fotos e filmes, já continuamos com a actualização da viagem. Até já!
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
De Aveiro à Régua
Fizemos alguns novos amigos em Viseu, incluindo o ucraniano Vladimir, que vai fazer uma longa viagem de bicicleta até à sua terra natal, mas passando por cerca de quarenta países. Serão mais de 15 mil quilómetros, sozinho! Coragem, Vladimir!
Em Castro Daire, fomos recebidos (melhor: colámo-nos) pelos Bombeiros Voluntários. Ficámos a dormir numa das camaratas e aproveitámos para estender o nosso equipamento num palco, para secar. Esta foi a fase mais molhada da viagem!
De Castro Daire subimos a serra, o nosso próximo destino era a Régua. Daí seguiríamos para a próxima apresentação, em Vila Real. Passámos a manhã a empurrar as bicicletas, mas assim que chegámos ao cume, soube bem passar o resto da tarde a descer.
Jorge com neve à vista, no topo da serra.
Na descida para a Régua, passámos por Lamego, onde "cravámos" um flute de champagne. Acabámos a visitar as caves e a aprender um bocadinho sobre este espumante. Alguém sabe porque é que se chama Raposeira?
Quase a chegar a Régua, passámos por esta casa com um jardim... muito original. Conversámos com o dono, que nos explicou como é que fazia para dar tantas formas aos arbustos, e ainda nos contou que o seu sonho era ter um esquilo no jardim, "a subir e a descer os arbustos".
Chegámos à Régua, com dois rebentamentos num dos pneus do Carlos. Foi uma tarde histórica, e estávamos tão inspirados que, em vez de ficarmos na Régua ou seguirmos directos para Vila Real, decidimos fazer um desvio. Apanhámos um comboio para o Pinhão. E as fotos do dia seguinte, a pedalar numa estrada fabulosa de volta para a Régua, ficam para amanhã. Agora vamos meter-nos à estrada, que se faz tarde. A ver se ainda passamos em Barcelos, a caminho de Viana!
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Mas que abuso!
“Ainda me lembro quando íamos de bicicleta para a Marinha Grande com o Vareta, o Canhão e o Varojo que era irmão da gaja que fazia rissóis, a coxa. Lembras-te ó Quim?”.
Foi preciso o primeiro furo na minha bicicleta, ainda em Leiria, para podermos ouvir as deliciosas histórias do Sr. Adelino. Desde a infância pobre, ainda nos anos trinta – “na altura da fome”, em que ia para a escola descalço e fumava mata-ratos “para aquecer os pés”, à juventude irrequieta marcada pelos desamores com a Nelinha, filha de homem rico (que vendia bois, batata e feijão nos mercados) e menosprezou a sua dignidade apenas por ser pobre, até aos sete tiros cravados recentemente nas paredes sujas da garagem, “por um gajo que me acusou de lhe meter os cornos!”
"E era verdade Sr. Adelino?"
“Claro que sim! A ele e muitos mais!”
Há furos que vêm por bem, foi o pensamento do dia.
Ao segundo furo, à saída da casa da Dina das Dunas, sacámos uma interessante lição de mecânica ao Alexandre, ciclista experiente e engenheiro mecânico. Pensamento positivo! Mas já outro? Começa a ser estranho.
O recorde de Lisboa - Dacar foi igualado em Aveiro! Acordámos ressacados de manhã, com o pneu vazio. E um recado de revolta nas bicicletas, que por sinal tínhamos deixado encavalitadas a tapar uma tampa de electricidade no prédio… vingança ou pura coincidência? E porque não a do Jorge, para variar? Mas que abuso!
Chegámos a Lamego e o pneu (agora o de trás) está em baixo. Enche-se e passado um km… rebenta com estrondo! Se fosse numa descida ia de certeza ao chão. Que sorte! Sorte? Pela primeira vez tenho vontade de torcer uma bicicleta. Mikelina volta, não gosto desta!
Mais uns km e mesmo em frente a um mecânico, outro rebentamento…
“Talvez um vidrito, que o pneu está rasgado de lado!” – explica o senhor.
No dia seguinte o sexto furo! De Lisboa a Pinhão, os mesmos que as bravas Mikelina e Penélope, juntas, até Dacar! Nossa Senhora da Estrela, onde andas? Um mecânico com olhos atentos mostra-me um micro filamento de aço, do tamanho de um pêlo, que andava a fazer estes furos todos no pneu da frente… Diz ele… Será?
Já igualei, sozinho, o recorde de furos que ambos tivemos no ano passado. Será que ainda vou (ou vamos) ultrapassar os seis furos da Penélope e da Mikelina?
by Carlos
domingo, 15 de fevereiro de 2009
No news... good news!
Desde quinta que não escrevíamos nada no blog, mas este "silêncio" teve uma boa razão de ser: atravessámos o Parque Natural do Alvão, subindo por montanhas, atravessando planaltos, conhecendo aldeias pitorescas, fazendo novos amigos.
Estamos em Guimarães, onde apresentámos o livro, ontem ao fim da tarde. E como a próxima apresentação é amanhã em Braga, a 21km daqui, temos tempo para actualizar o blog, retomar alguns contactos importantes, lavar a roupa, fazer a revisão às bicicletas...
É sempre a subir!
O dia em que saímos de Vila Real foi um dos mais duros da nossa curta mas fértil existência enquanto ciclo-viajantes. Nem na viagem a Dakar tivemos uma etapa tão puxada. De manhã até ao pôr-do-sol... foi sempre a subir. Tínhamos a neve como objectivo (já que em Vila Real, nem vê-la), e de cada vez que perguntávamos por onde se ia para Lamas de Olo, as pessoas apontavam em frente e dizia "é sempre a subir".
Acabámos por acampar junto a uma barragem, no topo da serra, com neve à volta. Isto depois de uma paragem numa cabana, onde a senhora que lá estava nos assou uma "moura" na lareira, acompanhada de vinho da casa. E no meio deste esforço todo tínhamos feito apenas 10 km...
É sempre a descer?
Na sexta-feira, curiosamente dia 13, estávamos convencidos que ia ser sempre a descer. E a verdade é que grande parte do tempo foi mesmo. Tomámos o pequeno-almoço (e que pequeno-almoço!) em Lamas de Olo, seguimos sem pedalar - e praticamente sem travões - até Mondim de Basto, e depois foi uma mistura de subidas e descidas, com as subidas a ganhar destaque à medida que o dia acabava. Quando nos deitámos, num terreno algures junto à estrada, quase a chegar a Lameira, estávamos estafados.
You lost your sleeping bag!
Tínhamos atravessado o rio Tâmega, passando de Trás-os-Montes para o Minho, quando um carro encosta ao nosso lado.
"I think you lost your sleeping bag!"
E tínhamos mesmo. Agradecemos, a rapariga seguiu viagem e nós demos meia-volta, mas já vinha outro carro para nos dar o saco-cama, que tinha caído sem darmos por isso. Algum tempo depois, o mesmo carro que nos avisara em inglês passou na direcção contrária. Parou, começámos à conversa (desta vez em português) e foi na berma da estrada que fizemos nova amizade. A Renata é de Fermil de Basto e veio ter connosco ontem (sábado) à apresentação em Guimarães, com o namorado Júlio. E como ambos eram pouco dados a São Valentins, acabámos por ir jantar os quatro a uma tasca famosa pelo palavrões da cozinheira, que até devia estar num dia bem sereno, pela amostra.
E novidades?
Fica combinado que esta semana, quando postarmos as fotos de todas estas aventuras, explicamos mais ao pormenor cada episódio. Quanto a mais novidades... estamos na Bertrand de Braga amanhã e em Viana do Castelo na quarta. O que não é novidade nenhuma. Novidade, novidade, é que depois da apresentação no Porto (sábado, dia 21) vamos fazer uma paragem-extra no regresso a Lisboa, e temos mais uma apresentação, em Santarém, no domingo (dia 22).
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Remember Aveiro (FOTOS)
Parece que os dias de Aveiro já foram há tanto tempo:
A chegada em contra-relógio, com o céu cada vez mais negro e um directo na TSF à espera... a apresentação na Bertrand, em que finalmente entregámos ao Filipe o prémio do passatempo Salomon... o polvo à la Palma e a jeropiga acompanhada de histórias e filosofias de vida... o corte de cabelo com um barbeiro que era fã do nosso projecto... a noitada com o Joel e as miúdas... a ressaca a seguir... e a chuva que nos acompanhou a partir daí.
Estamos em Vila Real, sabe-se lá quantos dias depois, já não fazemos as contas. A apresentação de ontem à noite foi calminha, mas tivemos oportunidade de ouvir uma história de vida que é uma lição de coragem e alegria. O passeio ao longo do Douro foi um dos pontos altos desta viagem. Provavelmente uma das paisagens mais bonitas que ambos vimos, seja em que parte do Mundo for.
Ficam então as fotos de Aveiro, e a vontade de publicar depressa o que ainda falta.
Hoje voltamos à estrada, a próxima paragem é Guimarães, no sábado.
A desmontar o acampamento, algures entre Mira e Aveiro.
Os palheiros da Costa Nova, em Aveiro.
A família Palma: Maria, Pedro, Xana e Marta.
Come-se pouca fruta em casa dos Palma! :)
Com o Filipe, o vencedor do Passatempo Salomon. Vê-se mal, mas as mochilas são aquela mancha preta e encarnada, em baixo do livro.
No auditório da Bertrand de Aveiro, a ver a projecção de fotos preparada pelo Joel. Que pena não termos fotografias dessa noite... ainda levámos a máquina para casa da Rute, onde jantámos, mas a conversa foi tanta que acabámos por nos distrair. Só no dia seguinte, quando nos lembrámos de ir lá buscar a máquina, é que reparámos que não havia nada registado...
De Aveiro apanhámos o comboio para a Pampilhosa, e daí para Nelas. Acampámos numa mata junto à estrada. De manhã, o cenário era este.
A próxima paragem era Viseu. Geograficamente, nem sequer era muito longe. Mas com este frio e com as bikes a dar problemas... parecia tão longe!
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Douro abaixo
Estamos em Pinhão com um dia fabuloso de sol! Esperam-nos 25 km Douro abaixo, até à Régua. Valeu a pena todas as molhas e esperamos a partir deste post deixar de falar do tempo :)
FOTOS ALEX apresenta: (4)
Ruína-chique na Praia de Mira
A assar chouriço na aguardente da Dona Isaura... enquanto esperávamos que o Alexandre acendesse o seu fogareiro XPTO.
Tintol para enganar o frio.
Faz lembrar a casa da Tia Liló... mas esta é ainda mais chique: mesmo em cima da praia!
O nosso cão-de-guarda a comer as sobras do chouriço com aguardente.
A casa era literalmente em cima da praia. Ou seria a praia em cima da casa?
As três tendas muito aconchegadas na única divisão onde era seguro montá-las.
As bikes junto às tendas.
O nosso canito protector trouxe um amigo, de manhã.
Vamos para Aveiro, a família Palma espera-nos!