A chegada a Rabat marcou definitivamente o final de uma fase. Depois de uma introdução mais “tradicional” à cultura marroquina, esta semana estivemos em contacto com um lado mais “moderno”.
Tudo começou com uma avaria. No dia em que era suposto chegarmos à capital de Marrocos e completar o primeiro milhar de quilómetros, a Mikelina queixou-se de dores nos raios. Nada mau, tendo em conta que já tínhamos pedalado 950, sem problemas – contra muitas profecias. E por seis raios partidos, pagámos a módica quantia de 2 euros! Mão de obra incluída.
Foi por causa desta avaria que o Hisham e o Rachid pararam – para ajudar. Trocámos contactos, nós seguimos para a oficina mais próxima e eles para Chefchaouen. Mas dois dias depois, quando estávamos prestes a partir para Rabat, o telefone do Carlos tocou e a viagem deu mais uma reviravolta.
Ficámos mais três dias em Kenitra, em casa do Hisham. Fizémos a barba, levámos as nossas meninas ao “spa”, para o checkup dos 1000km, e conhecemos uma data de gente interessante – está tudo no vídeo.
E no dia em que finalmente voltámos à estrada, fomos “escoltados” pelo Hisham (imparável, como de costume, sempre a buzinar e a filmar, a fotografar e até a empurrar-nos!) e pelo Rachid, na sua bicicleta tirada de um filme de ficção científica. Foram 44km emocionantes, mais de metade à noite, e a chegada a Rabat foi apoteótica.
24 horas depois, tínhamos avançado 604km de autocarro, durante a noite, até Agadir – e a fome de pedal era tanta que nem ficámos por lá, como tínhamos planeado. Um dia a pedalar e batemos mais um recorde – 104km! – para chegar a Tiznit, onde estamos há dois dias.
A mãe do Hisham
Das pessoas que conhecemos em Kenitra, é a única que não aparece – mas é uma Inspiração (sim, com letra maiúscula). Entre os vários momentos que vivemos com ela, destacamos dois:
1. Pedimos ao Hisham para nos mostrar o terraço. Dois minutos depois de estarmos lá em cima, aparece a senhora a correr, com uma toalha na mão... porque tínhamos vindo para a rua com o cabelo molhado e podiamo-nos constipar!
2. A meio de uma conversa sobre o Islão, disse que já tinha rezado a Alá por nós, e que ia continuar a fazê-lo, para que chegássemos a Dakar sem problemas.
Junta-se assim mais uma mãe às nossas, a rezar a um Deus que é o mesmo mas com nome diferente. Por tudo isto, pela hospitalidade e pela comida deliciosa (não há melhor que um jantar feito por uma mãe!) dedicamos-lhe este vídeo.
domingo, 30 de março de 2008
#05 - Marrocos
quinta-feira, 27 de março de 2008
quarta-feira, 26 de março de 2008
Prometemos... e aqui vai.
No último vídeo deixámos uma promessa no ar. Aquele fim de dia num café, junto à estrada, acabou por se tranformar numa noite inesquecível. O Ahmed convidou-nos para dormir em casa dele, em ez de acamparmos numa mata atrás do restaurante - e nós, claro, aceitámos.
O que não sabíamos é que, além de uma recepção familiar e muitas horas à conversa na sala, íamos acabar por dormir no quarto do nosso anfitrião. Esta foi uma noite de surpresas, e a melhor estava reservada para o fim: o tesouro de Ahmed. E mais não contamos, vejam o clip e tirem as vossas conclusões.
terça-feira, 25 de março de 2008
segunda-feira, 24 de março de 2008
sexta-feira, 21 de março de 2008
Não é por isso que vou esquecer a hospitalidade da Astrid e do Ricky, ou a surpresa que se revelou o nosso passeio a El Rocio, ou qualquer dos kms pedalados em Espanha – mas hoje completa-se 1 mês desde que apanhámos o primeiro ferry, em Lisboa, e não consigo evitar uma espécie de balanço.
Oiço o chamamento à oração, nos altifalantes de uma mesquita mesmo aqui ao lado, e lembro-me de todas as coisas que ainda estão para vir. Mas o que já passou...
4 semanas! Como descrever, numa só crónica, 1000km nas pernas? Cada pedalada é uma vitória, a cada km vamos conquistando um sonho – o nosso sonho! – e não há palavras que descrevam isso com justiça. A partida, as primeiras pedaladas até Setúbal, a chegada ao Algarve e a sensação de passar a primeira fronteira: pequenas conquistas diárias que se prolongaram durante 1 mês, e quase sem darmos por isso estávamos a embarcar no ferry para Tanger.
Lembro-me da noite em que, após quase 2 anos a tentar “vender” outros projectos a possíveis patrocinadores, decidimos fazer qualquer coisa por nossa conta. Uma viagem de carro, por Marrocos, até ao Senegal... quem sabe Mali. Era o momento certo para filmar, escrever e tirar fotos, reunir material para mostrar o tipo de coisas que queríamos fazer. Mas não tínhamos muito dinheiro.
“E se fôssemos de bicicleta?”, perguntou-me o Carlos. Eu respondi que sim, meio-a-brincar, mas com a certeza de que se fosse esse o caminho, era mesmo esse. Tínhamos 1000 euros cada – e numa só noite, o que começou por ser uma limitação, transformou-se no nosso “ponto de honra”. Fizémos um pacto de silêncio, para não acharem que éramos doidos, e só começámos a contar aos amigos quando tivémos a certeza que íamos mesmo. Daí ao Terreiro do Paço foi um instante.
Dakar é um objectivo pessoal. Onde os 1000 euros nos levam – esse é o verdadeiro desafio. Ainda acredito que conseguimos chegar ao Senegal, mas se essa meta já era secundária, agora é só um pormenor. Não interessa até onde vamos, no fundo nem interessa saber com quanto vamos – o mais importante, a mensagem que queremos passar, é reconhecer um copo meio-cheio em vez de meio-vazio, bebê-lo de um trago e sorrir. Porque até meio-copo-de-água pode matar a sede.
quinta-feira, 20 de março de 2008
Não somos BTTistas
Mas já temos com certeza algo em comum com esta comunidade – o prazer da coxa a entrar no piloto-automático, de atingir um topo a suar em bica para nos refrescarmos na descida seguinte, entrar onde os motores não entram, viajar com um minimalista ruído da corrente e o da combustão silenciosa do corpo.
Talvez por esta razão temos recebido dos BTTistas um apoio que nos dá aquela pedalada extra. Esclarecemos aqui algumas das suas dúvidas.
Fisicamente
As poucas dores concentram-se na coxa – nada mais. Acreditem ou não, a bunda não se ressentiu. Zero! Temos uma capa de gel de 7 € e fomos esperando pelas tão badaladas dores, em vão. Talvez o facto de dormirmos no chão e termos tantos km pela frente dê uma ajuda psicológica. Vimos prevenidos com gel para assaduras, tendões, dores musculares, suplementos disto e daquilo, algumas mezinhas e muitos truques. Mas tirando comer uma banana em jejum para reforçar o magnésio (o Jorge é fã) ainda está tudo por estrear. Muita água, barras de cereais e massinha à noite têm chegado para o esforço.
Penélope
A Vera (minha irmã) pagou 70 € por ela, em 2ª mão. Deu uns passeios, planeou outros, mas a rodagem foi quase toda feita pelo primeiro dono. Não tem descanso, comprei um em Lisboa mas nunca o cheguei a pôr. Ficou em casa da Astrid, em Matalascañas. O encaixe do banco partiu-se, de tanto a levantar, e está um pouco bambo. Flui nas estradas como um rio no mapa, e tem a mania de cantar baixinho, como se fosse a rezar – mas é só de vez em quando, ainda não percebi porquê.
Mikelina
Custou 50 €. Estava há 6 anos numa cave dum amigo que a emprestou, (obrigado Gonçalo!). O Fernando (ver filme “preparativos”), um mecânico impecável, trocou-lhe a pedaleira, corrente e jante do pneu de trás por peças usadas. A corrente saltou duas vezes, as mudanças estão desafinadas. O carreto da frente nunca o tiro do meio. Nas descidas mais íngremes trava-se a fundo e ela vai andando.
Porque que razão imprimem este título no rótulo se em todas as três latas encontramos apenas duas tísica e defareladas rodelas, numa tristeza de fava em bolo-rei?
O facto é que, nas mudanças da pobre Mikelina, vem escrito um guerreiro e norte-americano “Ranger” e ainda mais bizarro, na capa da minha tenda estamparam um megalómano T2!
Ao Sr. Marketeer que teve esta triste e enganosa ideia digo-lhe por experiência própria que onde está T2 deveria escrever:
”Habite neste esconço de um passo quadrado, sem janelas ou veluxes, mas com uma porta de zippo que ao abrir exala um violento condensado de cheiro a queijaria e bafio.”
E se esta descrição for um previsível flop com direito a ser esbofeteado por uma gravata às bolinhas ou bezuntado em gel e coberto de post-its, acrescente-lhe:
“Dentro deste passo quadrado, de chão torto e sem colchões Picolin, pode caber uma viagem do tamanho do mundo, a par duma mão cheia de sonhos que o vão embalar, suavemente como a avó ao berço. E vai adormecer profundo... como um tronco.”... Zzzzzzz ....
quarta-feira, 19 de março de 2008
Em casa da tia Liló
(Puerto de Santa Maria)
A tia Lilo pediu um restyling, e achámos que era boa altura para ter novas polaroids. Estamos quase a celebrar 1 mes de viagem, o blog merece!
Mas faltam 3 fotos para completar o novo look - e queremos as vossas. Enviem o que quiserem, desde que se enquadre no espirito, para o nosso mail: proximaparagem@gmail.com
Podem ser fotos de viagem, qualquer coisa alusiva aos 1000 euros, uma gargalhada, a avo a comer filetes de pescada: o que vos apetecer. As que mais gostarmos juntam-se a este grupo.
Não há prémios, apenas as fotos publicadas. Prémios so no outro passatempo, vão ao blog dofundodacomunicacao.blogspot.com
Actualização das contas
A acrescentar à comida, em Espanha dormimos algumas noites em parques de campismo - sendo esta a razão principal de termos gasto mais dinheiro que em Portugal.
Depois de um dia que em termos de orçamento foi o mais desmoralizador, eis que estamos em Marrocos - e a partir daqui, é tudo mais barato.
Somando estes dias ao que já tinhamos gasto, vamos agora em 410,65 euros. Os primeiros 100 em preparativos, o que deixa 310 para o primeiro mês, ainda na Europa. Restam quase 600, é só fazer as contas!
terça-feira, 18 de março de 2008
Que feliz coincidência, o Centro de Reabilitação do Lince, em Portugal, ser em Silves. O Rodrigo, que já conhecemos de outras paragens, disponibilizou-se logo para nos mostrar o lugar onde vai ser construído. E foi ele quem nos deu a ideia de passarmos no Centro de Doñana, já que fazia parte da nossa rota. Lá conhecemos a Astrid, directora do centro e uma das pessoas que já marcou esta viagem, pela sua generosidade e boa disposição.
Além da estadia em sua casa e de toda a ajuda "estratégica" que nos deu, apresentou-nos ao Antonio, o autor da banda sonora deste clip. A ele o nosso obrigado, por se dispôr a gravar, especialmente para este projecto, a canção que tinha composto para o lince.
Estamos em Larache, depois de batermos mais uma vez o nosso recorde. Ontem pedalámos 95km, de Tanger até aqui, com direito a paragem para almoço em Assilah, o lugar onde D. Sebastião desapareceu no nevoeiro.
Quanto aos tais videos que desapareceram, foi azelhice nossa... na verdade vão sair esta semana (um hoje à noite, outro amanhã), e era suposto estarem "escondidos".
Hoje vamos ser turistas!
segunda-feira, 17 de março de 2008
Rota
Passatempo
Para ganhar, só tens de identificar o local onde a foto foi tirada, e juntar uma frase original onde respondas à questão, “Até onde vais com 1000 euros?”.
domingo, 16 de março de 2008
#03 - Andaluzia
Estamos no parque de campismo mais a sul da Europa! Daqui só há um caminho... para o ferry!
Mas enquanto não damos mais notícias, já de Marrocos, fica o video desta semana, que tanto ou tão pouco trabalho nos deu que, segundo uma senhora aqui do camping, já saía fumo das nossas cabeças.
Temos de fazer uma homenagem muito especial à Astrid e ao Ricky... havia tanta coisa para pôr no vídeo que não foi possível dar-lhes o merecido destaque. Mereciam uma longa-metragem! Seja pela ajuda que nos deram, como pela quantidade de material que temos com eles.
A Astrid nasceu na Porto Rico, cresceu em Madrid, estudou nos EUA e trabalhou em Madagáscar, antes de se fixar em Doñana para salvar o lince ibérico da extinção. O Ricky, americano, além de artista é um verdadeiro MacGiver. Fez uma Volta ao Mundo de bicicleta e desceu o rio Niger, durante 4 meses, de canoa! Quem disse que de Espanha não vêm bons casamentos?
A nossa tarde em El Rocio vai ter de ficar para outro video, também merece destaque. E quanto à sequência final do vídeo... não há palavras!
sexta-feira, 14 de março de 2008
Ontem, ao telefone para a “Prova Oral” da Antena 3, veio à baila os encontros imediatos com animais. É que ainda antes de partirmos, no programa “Nuno e Nando”, o Fernando Alvim assumia o seu pavor de bichos e perguntava-nos se não nos atemorizavam. Num encolher de ombros dissemos que não – até porque somos da geração que, aos domingos à tarde, gritava voltados para um programa de TV “Os animais são nossos amigos!”.
Passadas três semanas, assumimos o erro: os labradores, as vacas leiteiras e os peixinhos de aquário são nossos amigos, mas alguns dos bichos que temos encontrado nesta viagem não. E já lá vão três:
1.
Primeira noite de campismo selvagem e as pernas imploram descanso. Sentados para o calor da fogueira, sentimos qualquer coisa a rastejar por baixo da folhagem. Um pauzinho para encontrar o escaravelho ou familiar, e salta-nos um lacrau do tamanho dum dinaussauro, com o espigão em riste. Ainda estamos a tirar o queixo do chão e já ele foge como um rato para baixo das pedras. Resultado: um jantar volante forçado, com mil bichinhos imaginários a subir-nos pelos tornozelos. As tendas foram seladas com tape, just in case.
2.
À entrada de Tavira, ficamos boquiabertos com o tamanho e a espessura duma nuvem de mosquitos. Nunca tínhamos visto tal coisa. Mas quem quer chegar a Dakar não pode temer borbulhas e comichões, por isso avançamos com garra de Camisola Amarela. Duas pedaladas depois, eis que zumbem, na nossa direcção, três nervosas abelhas. Encostamos as meninas aos rails e esperamos, com o rabinho entre as pernas, que o vento mude.
3.
Carlos para Jorge, ao acordar junto a uma ruína, à saída de El Puerto de Santa Maria: “Epá, ontem á noite vi a silhueta dum bicho com bigodes, encostado ao lado de fora da tenda.”
Jorge responde: “Deve ter sido um sonho, ou então foi do vinho!”
Minutos mais tarde...
Carlos, enquanto desmonta a tenda: “Ó Jorge, vem cá ver isto!”
E "isto" era um buraco, igual aos do Tom & Jerry. A tenda estava roída de fresco, e o pão do pequeno almoço a meio! Os animais são nossos amigos? Ainda bem que não passou dum sonho.
quinta-feira, 13 de março de 2008
Na radio nacional.
Hoje foi possível ouvir-nos novamente na Antena3. Desta vez no programa Prova Oral, fica aqui um excerto do programa:
Para quem perdeu o programa Nuno e Nando do dia 23 de Fevereiro:
Todos os podcasts da Antena3 estão disponíveis aqui.
Mikelina soa a escape tunning do Feijó mas o nome tilintou como jackpot na cabeça por outra razão – presto aqui uma singela homenagem à minha já falecida tia-avó, a Miquelina. As semelhanças acumulam-se:
Também era meio-asiática (tenho bisavô indiano) mas de exótico só trazia o mau feitio e um cabelo em forma de penico. Chiava e gemia intermináveis conversas sempre com o mesmo disco riscado, e todos os Natais oferecia-me uma pasta colgate dizendo solenemente - “Para lavares os dentinhos!” perante o meu olhar sempre incrédulo.
E assim foi vivendo ano após ano, rija como um pau de marmeleiro. Trago-a num pedestal da minha memória, não pelo seu valor como tia-avó mas pelos inesperados caminhos (mentais) por onde me levou. Que esta siga o mesmo caminho!
by Carlos
Penélope, la reina de las glorietas
Penélope, porque não consigo resistir a este nome. O primeiro post a sugeri-lo deixou-me logo com alguma comichão, e quando percebi que havia mais adeptos... também me juntei à causa.
Tem muito salero – e isso deve ter contribuído, já que a passagem por Espanha tem sido uma revelação. Há qualquer coisa de musical no nome: sempre que o oiço, consigo imaginar a minha bike a deslizar pelas rotundas, graciosa e leve, brilhando ao sol. Ou não tivesse o cognome de “reina de las glorietas”!
No tempo em que os “parolos” colavam no rabo dos carros uma moça de longos cabelos e chapéu andaluz, uma amiga ofereceu-me um autocolante. Acompanhou-me por muitos anos, colado a um aquecedor a óleo, tornando quentes as noites frias do Inverno de Sintra. E agora é a bicicleta, de Penélope baptizada, que metade-dentro-da-tenda, metade-fora, me acaricia os pés todas as noites.
Até agora:
Mikelina – a corrente saltou duas vezes
Penélope – partiu-se um encaixe do banco
Fora isso, estas duas meninas de famílias humildes estão a portar-se como duas rainhas.
Vimos, pela primeira vez nesta viagem, o continente Africano. Estávamos a chegar a Zahara de los Atunes (onde estamos acampados) por uma estrada junto à costa, e eis que de repente lá o vemos, escondido na névoa, na linha do horizonte. Isto ao fim de um dia marcado por um novo recorde de quilómetros percorridos – nada mau.
Voltando um pouco atrás: acabámos por não sair à noite em Porto de Santa Maria. Ainda em Matalascañas, achávamos que ia levar dois dias a lá chegar... mas a travessia de 30km de praia – pela areia! – foi mais rápida do que pensávamos, e ao fim do dia já estávamos em Porto de Santa Maria. Sendo segunda-feira em época baixa, e porque o orçamento já levou cortes suficientes durante a semana que passou, acampámos à saída da cidade.
E depois... pedalámos. E pedalámos. A manhã inteira, e toda a tarde: pedalámos. Com uma vontade enorme de chegar depressa a Marrocos, esforço q.b. e uma paragem para ver uma bicicleta-limousine, fizémos... 91km!
quarta-feira, 12 de março de 2008
Post via sms
Já vemos África, batemos um recorde de distância e escolhemos os nomes das meninas! Internet é que nem vê-la. Amanha actualizamos tudo.
Bjs e abraços
segunda-feira, 10 de março de 2008
Quanto custa?
domingo, 9 de março de 2008
#02 - Algarve e entrada em Espanha
Pode o vento soprar, que nós não paramos! A última semana só veio reforçar o que temos dito desde o princípio: uma grande aventura vive-se porque se quer, e não porque se pode.
O exemplo de Benafim é quase uma ironia. Foi preciso apontar a Dakar para conhecermos esta parte do Algarve. Alte, apesar de lá passarmos já escuro, pareceu-nos um espectáculo - queremos voltar. E depois... Benafim. Ou para ser mais exacto: o Sport Club de Benafim!
O Deni Vargues, presidente dessa instituição, deu-nos a oportunidade de voltar a ser crianças por um bocadinho. E pelo entusiasmo com que se juntou à brincadeira, também ele aproveitou a deixa.
Brincar ao Wrestling ao som do Benfica-Sporting, fazer sauna antes de dormir... e acordar, na manhã seguinte, num ringue de boxe: não tem preço! Não há 1000 euros que paguem nada disto!
E o resto é o que se vê no vídeo: Loulé, Tavira e Vila Real de Santo António - e depois a entrada em Espanha, de ferry, e um desvio ao pé da autoestrada, à chegada a Huelva. E vento... muito vento!
Estamos em Matalascañas e já temos tanto de novo para contar. Fica para o resto da semana.
sexta-feira, 7 de março de 2008
Subir os Pirinéus é de campeão. Subir uns Pirinéus vestidos de planície Andaluz, com os seus campos solarengos, é para deseperar.
Foi isso que nos aconteceu nesta entrada em Espanha: ventos fortíssimos e constantes (em cheio nas nossas caras de frustração) tornaram o que se previa um passeio no parque - o momento de glória rumo à praia - num teste à nossa santíssima paciência.
Resultado: as bicicletas ganharam um travão de mão com vida própria e comemorámos a chegada a Matalascañas com mais fulgor.
Distância percorrida na 3ª: 27km (22 em Portugal, 5 em Espanha)
Distância na 4ª feira: 55km (de Ayamonte a Huelva, 35km com vento forte de frente)
Ontem: 53km (de Huelva a Matalascañas, ainda com muito vento)
Quanto a custos, fica uma estimativa até termos o gráfico pronto: nos primeiros 15 dias de viagem, gastámos cerca de 110 euros cada, quase tudo em comida. E vinho. Em Huelva, pagámos pela primeira vez por uma estadia.