terça-feira, 16 de setembro de 2008

Na tradição das trilogias publicadas aqui no blog, temos esta semana a história de uma viagem – mas desta vez os protagonistas são outros.

Motivados pelo cancelamento do Dakar, um grupo de amigos decidiu ir de carro até ao Senegal (um deles era para ter participado na prova). E a única mulher do grupo, que por acaso foi quem nos ofereceu a “guitarra do Djaló”, aceitou contar algumas das peripécias desta aventura.

Até onde vais com 1000 euros apresenta...



1/3:
Dakar cancelado? Vamos para Dakar!


01/01/2008
Partimos para Lisboa, onde vamos deixar o Pedro para mais um Lisboa - Dakar.

03/01/2008
Recebo a confirmação de que foi cancelado o Dakar e que é necessário voltar a Lisboa para ir buscar o Pedro, que estava um bocado deprimido, pensando que este ano já não ia “sentir e ver o seu deserto”. Começa a nascer a ideia... ainda no caminho para Coimbra!

Confesso que ainda não tinha entendido esta necessidade constante de voltar a África, de ver as dunas, de sentir o cheiro... mas incentivei a ideia. Havia sempre a condição de termos que ir nas férias escolares, uma vez que sou professora e avaliada pela assiduidade. :)

Fomos falando da viagem aos nossos amigos, tentando arranjar um grupo maior, até porque estávamos um "bocadito" a medo relativamente à travessia da Mauritânia, dado os acontecimentos recentes... Houve logo um interessado, o Lamas, posteriormente apareceu o Pedro M. A ideia era comprar dois carros velhos; e quando chegássemos ao Senegal, vendíamos os carros e voltávamos de avião.

Angariámos mais um membro: o Eduardo, que vive no Senegal, é engenheiro numa empresa de construção portuguesa a trabalhar em Dakar e, quando soube que íamos fazer este trajecto, juntou-se a nós e assim levou o jeep dele para lá. Foi mais um apoio super valioso, veio a revelar-se uma pessoa muito divertida, "cool" – e fizemos um amigo!



19/03/2008
Partimos rumo a Dakar, nas nossas máquinas de 1982,. Lá descemos pelo nosso Portugalito fora, atravessámos para Marroco de ferry. Logo à chegada a Tanger, numa fila enorme, um dos carros foi abaixo e não pegava. Pensámos logo que ficava ali, mas era um mero fusível. Depois de trocado, já eram 3 da manhã e pernoitámos num Ibis marroquino (estranhíssimo, com umas misturas árabes mas em quartos que são todos iguais no mundo inteiro...).

20/03/2008
Chovia imenso e Tanger não é uma cidade bonita, mas em compensação, a aproximação a Rabat é magnífica: há muitos tons verdes, alaranjados e no cimo da colina aparece a mesquita. Passando Rabat, seguimos em direcção a Casablanca e depois El Jadida. Aqui, mais uma paragem do nosso fantástico automóvel, mas a manha do fusível já não era nova e depressa o trocámos.

Na estrada que liga El Jadida a Essaouira há gente na berma a fazer não se sabe o quê! Dá ideia que só estão a ver os carros a passar, uma vez que é feriado e não há centros comerciais, com cinemas e pipocas!

Finalmente, Essaouira... é muito bonito. Encontrámos hotel e fomos procurar comida! Estávamos esganados, pois o nosso almoço foi atum (de lata), tostinhas e fruta de conserva. Jantámos super bem, a 1ª refeição de "tagine" de quase todas as restantes refeições em Marrocos!



Aqui começou a haver dúvidas se continuávamos até ao Senegal: o restaurante era de um francês que vivia há uns anos em Marrocos. Pergunta atrás de pergunta, acabámos por lhe contar que íamos até ao Senegal, vendíamos os carros lá e regressávamos de avião. O homem achou que éramos loucos, que na Mauritânia íamos ser assaltados, e que assim, e assado e não saíamos pelo próprio pé da Mauritânia!!!

Começámos a ter dúvidas! E se de facto estávamos doidos? Depois do jantar, acabrunhados com tal conversa, fomos a pé andando, falando, e decidimos que íamos pelo menos até Dakhla, no sul de Marrocos, e logo se via se atravessávamos a Mauritânia!

5 comentários:

Anónimo disse...

Dina nas dunas?

Bom titulo sim senhor :)

Anónimo disse...

Mais um grupo de aventureiros a provar que não interessa o meio de transporte nem o dinheiro que se tem. O importante é o espírito. parabéns! Um dia destes também vos mando as minhas histórias... :-) estou curioso em ler o resto desta aventura, mas o meu palpite é que eles continuaram até ao fim! mal seria se ficassem por aqui. :-)

Aubigné disse...

Grande "Dina nas Dunas" e muito louca a vossa ideia de fazerem chegar histórias de aventureiros que, como vocês, alimentam a imaginação de quem vos lê ou "massajam" o cérebro a quem imagina partir.

Acalenta-nos saber (pelo menos a mim…) que há mais pessoas, muitas pessoas, que têm o "bichinho" e que "bichinho".

Boa rapazes, boa Dina. Cá estou, ouso dizer, cá estamos à espera da parte 2 e 3 da “Dina nas Dunas”...

Relembro-me de um comentário que lia da Dina dizendo que a aventura dela ao pé da vossa...a tua aventura Dina (e dos teus amigos!) é uma tão aventura como a dos "Próxima Paragem" (Jorge e Carlos), certamente com moldes diferente, como a minha também foi e como serão todas as outras que possamos um dia fazer.

O que, verdadeiramente, interessa é o espírito com que se parte, não interessa o que utilizemos para alcançar tal objectivo (…uma bicicleta, um carro velho, um skate, vários aviões, vários barcos, vários comboios…).

Enfim, com ou sem máquina de barbear, com mais ou menos moleskines, com mochila às costas ou não…fica um beijinho de grande aventura Dina.

Parabéns é a todos pelo espírito – Á aventura! Isso sim...

Grande Abraço para o Jorge e para o Carlos. E acrescento mais um grande beijinho para Dina.

TMA
http://westerneutour.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

Obrigada por estes comentários. O título "Dina nas Dunas" é do Jorge. O texto demorou a escrever por falta de tempo, mas finalmente acabei a epopeia. Através destes relatos tenho conhecido gente muito simpática e vocês são um exemplo. Beijinhos anónimo, jp e tiago.Dina.

Anónimo disse...

Ia, fixe. Kero ver esses carrinhos a chegar lá dp do deserto. Bom espírito, tb acho!