O ferry para as Canárias encalhou com 147 pessoas a bordo e quase 40 carros. Filmámos os pescadores a fazer a operação de salvamento e falámos com algumas pessoas que estavam no barco. Assim que for possivel, mostramos qualquer coisa. Estamos a enviar imagens para a RTP e SIC. Ate já.
Cá estamos. Hoje foi um dia bem diferente do habitual, numa correria com o Ali - o braco direito do sr. Antonio - entre o porto, o lugar onde está o barco, o hospital e a Camara Municipal. Infelizmente, porque o Sahara Ocidental e uma zona militarizada, foi complicado recolher testemunhos de toda a gente com quem falámos.
Quem diria que uma terra tão pacata podia viver um dia assim, com 3 helicopteros e 2 avioes da Marinha a sobrevoar constantemente o porto, entre toda a confusão que já se está a espera.
Deixamos hoje umas fotos, assim que editarmos alguma coisa dos videos, ja se sabe.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
BREAKING NEWS
8 Momentos – Guelmim
A partir de hoje, vamos comentar algumas fotografias. Para nós, pareciam sempre óbvias; mas esquecemo-nos que, para quem está longe, às vezes é mesmo preciso um enquadramento, uma explicação, qualquer coisa que as identifique melhor. Obrigado, Helena, pela dica.
Na nossa entrada à chico-esperto no Sahara – ½ litro de água cada, vento de frente e 55km de areia e calhaus para percorrer – parámos junto ao poço da única casa que encontrámos. O dono acabou por ser a nossa salvação: arranjou-nos um garrafão de 5L de água e uma boleia neste Land Rover até Guelmim.
O gang de Guelmim: Habib, Said e Mostapha.
Mostapha em acção.
Oásis nos arredores de Guelmim.
A escolher sons do Sahara. Gastámos 50 cêntimos, por 2CDs de 100 músicas cada.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Charnel n.5
A televisão da casa nova é da Sonyc. Fomos à procura de um desodorizante – a única coisa que encontrámos foi um Dvoe. E ainda nos tentaram impingir um Charnel n.5.
Esta foi uma semana pródiga em imitacões – e irritações: ganhámos muitos cabelos brancos com piratarias de viela, que nos pregaram rasteiras a toda a hora – bugs, cracks, tryouts expirados e assim por diante. Depois da mercearia, acreditámos que a solução de todos os nossos problemas estava no cyber… mas já demos tantas voltas e reviravoltas – e muito pouco mudou. À excepção do CD do Corão em português que nos ofereceram, quase nada funciona no renascido computador.
Optámos por desinstalar quase tudo, arranjámos um programa de edição de recurso, e amanhã seguimos para Laayoune, onde provavelmente nos espera um Channil, Chamel, ou outra versão ainda mais surpreendente do famoso perfume. Enfim: ossos do ofício.
O vídeo que hoje publicamos é um apanhado dos dias passados em Guelmim, na companhia do Habib, do Said e do Mostapha; e da viagem até Tarfaya, com um pitstop em Tan-Tan e muitos camelos, barcos encalhados, areia e vento. Demos-lhe o subtítulo de ‘versão desenrascada’, porque ainda temos a esperança de ver este problema completamente resolvido. A ver vamos.
Esta semana promete: o sr. António volta de Las Palmas e temos muito que trabalhar – o que não põe em causa o blog, claro. Temos momentos, vídeos e histórias de tudo o que aconteceu para além da novela do vírus. E não foi pouco!
Como é que diz o ditado? Quem não caça com cão, desenrasca-se com gato. Qualquer coisa do género. E não se fala mais nisso. ;)
O ritmo pachorrento de Tarfaya, onde o trânsito é quase um exclusivo de Land Rovers e carroças puxadas por burros, já nos conquistou. Se não fosse pelo projecto dos 1000 euros, o mais certo era ficarmos por aqui mais tempo. Sentimo-nos praticamente em casa, temos um grupo de amigos, até já conseguimos quebrar o gelo com duas marroquinas, depois de dois meses quase sem ouvir uma voz feminina.
Mas a estrada chama-nos, a Mikelina e a Penelope começam a ficar inquietas, as tendas estão a ganhar uma fina camada de pó do deserto – e o mais certo é voltarmos a pedalar até ao final da semana.
Noticia de ultima hora!
Ja podemos finalmente rever a Penélope e a Mikelina a chiarem pelo Sahara fora. Ainda tentamos mas o clip semanal, com todas estas imagens, so estara pronto a noite. Até la!
sábado, 26 de abril de 2008
Já temos computador
Computador, apartamento, emprego e até mulher-a-dias para arrumar e fazer almoço. Confusos? Também nós, quando fomos à procura do Sr. António, curiosos porque achávamos ser um português a viver em Tarfaya. Demos de caras com um espanhol das Canárias, nos seus sessentas, uma espécie de Sousa Sintra cá do sítio, cheio de ideias, projectos e investimentos. Com as finanças a apertar e o computador em intermináveis convalescenças, acabámos por lhe propôr uma permuta: um blog e algumas marketices a troco de um T2 – as mordomias foram ideia dele. Diga-se: uma boa ideia.
Tarfaya – um lugar meio-perdido entre o deserto e o mar, onde em tempos viveu Antoine de Saint-Exupery – já bateu o nosso recorde de permanência. E parece que estamos para ficar: é que além dos novos compromissos profissionais, temos todo o trabalho da semana em atraso. O computador ainda não está a 100%, acreditamos sinceramente que nos vai dar mais umas poucas chatices, mas com alguma ginástica vai lá.
Mais uma vez, um passo-atrás transformou-se num passo-ao-lado. Quando o computador crashou, subimos paredes, quase atirámos tudo ao mar, gritámos mais alto que o chamamento da mesquita; mas passados uns dias, e ainda sem grandes razões para festejar em termos de equipamento, já arranjámos um grupo de amigos que é de chorar a rir, acampámos numa cabana de pescadores numa suposta pescaria que de peixe não teve nada, conhecemos o Sr. António, temos trabalho e boas perspectivas para novas aventuras.
Encalhados no Sahara Ocidental… sem custos? Nada mau! A Mauritânia terá de esperar mais uns dias.
Quanto ao video novo, está pronto... mas o "novo" computador tem "tiques" que nos surpreendem constantemente - por isso ainda estamos às voltas com a conversão de formatos, etc. Deve estar disponivel hoje ao fim da tarde. E enquanto o Mohammed tenta resolver mais umas coisas do Premiere, vamos tirar meia-hora e dar uma vista de olhos aos videos antigos. Não sei se é do calor do Sahara ou de estarmos há tanto tempo em Tarfaya, mas hoje acordámos com uma nostalgia enorme de todas as aventuras vividas nos primeiros 2 meses. E já deu para lembrar muita coisa, porque acordámos às 5 da manhã, para ir filmar a largada de 6 mil pombos-correio, que iam fazer uma espécie de corrida até às Canárias... mas o evento foi adiado por motivos climatéricos.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Vamo-nos dedicar a pesca!
Quem diria que o maior momento de stress da viagem (pelo menos ate agora) seria um virus no computador? Ainda se fosse uma tempestade de areia, uma praga de gafanhotos, um coice dum camelo nas temporas... ainda tinhamos uma historia para contar aos netos - mas pedalar até ao Sahara Ocidental, comprar um lenco Tuaregue e depois apanhar um virus no computador é deveras frustante. Ontem a noite recomecamos a editar os filmes que temos pensados - e qual nao foi a surpresa quando a nossa maquina teve uma recaida. Nao sabemos bem o que e, mas voltou ao senhor doutor. E nos a espera.
Como diria o Mohammed, o pescador-guru da citacoes, "se o mar esta bravo, nao podemos pescar; se nao ha trabalho, somos livres!"
Resultado: nao temos computador, vamo-nos dedicar a pesca! Fomos convidados por uns amigos Sahauris para uma pescaria e futebolada, numa praia aqui perto. Deixamos alguns momentos da ultima semana, hoje a noite teremos mais novidades.
terça-feira, 22 de abril de 2008
Ansiedade
O computador esta neste momento a ser formatado. Esperamos ansiosamente que saia da sala de operacoes, preve-se que tenha alta depois do almoco. Se assim for, ate ao fim da tarde deixamos aqui umas fotos.
Entretanto, lembram-se dos portugueses que conhecemos ha umas semanas e que foram de carro ate Bissau? Hoje partilhamos parte de um email deles, com algumas impressoes sobre a viagem - e duas fotos, que nos deixaram de agua na boca e cheios de vontade de descer rapidamente em direccao a Mauritania.
A nossa viagem foi demasiado rápida. Andávamos entre 300 e 600 Kms por dia. Mas chegámos a Bissau em 11 dias, com o carro em mau estado, principalmente por causa da caixa de velocidades. Acho que entrou areia ao longo do caminho, na Mauritania, porque atravessámos o país sob uma tempestade de areia que, só para terem uma ideia, comeu a pintura do carro.
Percebemos porque é que as pessoas fazem algumas coisas que à primeira vista nos parecem ridículas, mas que têm um fundamento, e é curioso ver como se adaptam ao meio e com o que têm à disposição. Por exemplo: os carros andam com uma protecção de pele nos farois (os nossos ficaram baços com a areia). Espalham massa consistente na frente do carro para não ficarem sem pintura (como nos aconteceu a nós). A ventoinha do radiador está montada por trás (a nossa gripou e tivemos que comprar outra a um mecânico em Nouakchott). Enfim. Mas tudo faz parte.
Mais uma história que se passou connosco: entre Nouadibou e Nouakchot, parámos numa pequena estação de serviço onde se podia tomar um café e tudo (um luxo). Acabámos de tomar o café e seguimos viagem. Uns 100 kms à frente, num dos vários controlos militares, encostámos à berma, mostrámos os passaportes... o normal. Entretanto, sai da barraca um tipo com o telemóvel no ouvido. Vem ter connosco e pergunta-nos se estivemos na estação de serviço e se bebemos um café. Nós respondemos que sim e ele diz-nos - NÃO PAGARAM!!! Ficámos a olhar uns para os outros e levámos as mãos à cabeça. Ninguém se tinha lembrado de pagar o café. Pedimos mil desculpas e perguntámos quanto é. Ele diz-nos 2.500 Ouguias. OK, começámos a juntar o dinheiro... NÃO TINHAMOS DINHEIRO PA PAGAR TUDO!!! só tinhamos 2.000. Imaginem a nossa cara, isto já com 5 ou 6 militares à nossa volta... E então um deles diz: OK, eu ponho o que falta, vão-se lá embora. E nós fomos... no comments
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Lisbon... we have a problem.
Andavamos preocupados com espigoes infectados por carracas e afinal o maior foco de infeccoes estava no nosso proprio bolso – numa pen.
Chegados a Tarfaya, depois de 4 dias memoraveis a pedalar no deserto, traziamos o entusiasmo de partilhar, no clip desta semana, as paisagens brutais que atravessamos. Mas o computador - lento como um burrito marroquino carregado de tralha - comecou a abrir janelas estranhas e inesperadas. Fomos pedir socorro ao cyber mais perto do hotel... e acabamos em mais um filme de viagem: passamos a noite numa mercearia, o Carlos ao balcao a vender cigarros a vulso, substituindo o Wadia – um miudo de 16 anos, buco gigante e que com o Jorge mergulhara em frente ao computador nesta batalha anti-viral.
Muita parra e pouca uva. A noite foi passando e o Wadia nunca mais tirava um anti-virus ou outra tecnica da cartola. Vimos o fime do seu 14. aniversario – que acabou com cadeiras de plastico a voar - comemos Harira e marshmallows... divertimo-nos, mas o computador ficou na mesma. De regresso ao hotel, tivemos a sorte de conhecer o Mohammed, que passou 7 anos em New York depois de ganhar um "green card" na lotaria. Pediu-nos a pen e em breves momentos ouvimos guinchos tenebrosos tipo matanca do porco – os primeiros de 217 virus aniquilados na pen! O computador esteve dois dias nos cuidados intensivos, mas mesmo assim chegamos a conclusao que vai ter que ser formatado.
Clip adiado, entrada na Mauritania adiada... enviamos mais noticias em breve.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Burritos e carraças
Antes da nossa atribulada entrada no Sahara, encontrámos sombra para o almoço num muro de uma casa que parecia vazia, para além dum burrito que se protegia connosco do sol. Em poucos minutos apareceu o dono, que nos presenteou com um ramo de coentros da sua horta, e depois de partilharmos o nosso almoço com ele, convidou-nos para um chá e dois ovos cozidos.
Como ele não falava outra língua para além de berbere, comunicámos por gestos. E a vontade de trocar histórias era tanta, que o processo de comunicação rapidamente se transformou numa espécie de bailado, minunciosamente coreografado com onomatopeias, gestos e expressões. Talvez por isso, sentimos aquele momento com tanta intensidade que tivemos pudor em puxar das câmaras, com medo que a magia se desvanecesse.
Quase nas despedidas, perguntámos timidamente: ‘foto?’ O sorriso dele abriu-se ainda mais, virou gargalhada, e tivemos direito a uma sessão de fotografia à japonesa, que acabou connosco sentados no burro.
Resultado: para além das esplêndidas fotografias, o Jorge comecou, ainda na bicicleta, a despachar carraças ao piparote. Mais tarde, na praia em que acampámos, e depois de uma revisão completa ao corpo e roupa, a luta ainda continuou – o Carlos apanhou uma na areia; e o Jorge três, a subirem-lhe pela perna!
quarta-feira, 16 de abril de 2008
terça-feira, 15 de abril de 2008
FAQ
Os 1000 euros incluem o regresso a Portugal?
Sim! O nosso objectivo é voltarmos em transportes, quando o dinheiro estiver quase a acabar, o mais depressa possível. Os 1000 euros incluem os preparativos (gastámos 100 antes de sair de Lisboa), a viagem propriamente dita (já lá vão quase 500) e depois o regresso.
Qual o valor que calculam para o regresso?
No início pensámos em 300 euros, mas já revimos as contas e baixámos para 200. Por este andar, se insistirmos muito na ideia de chegar a Dakar, vamos regressar a comer bananas, pão esfregado e alho, com 100 euros no bolso e muita lata para pedir umas borlas.
Afinal podem apanhar transportes públicos? Então não era uma viagem de bicicleta?
O desafio deste projecto são os 1000 euros - descobrir onde nos levam. Não é uma viagem de bicicleta – é uma viagem com bicicletas. Este é o meio de transporte que melhor se adequou ao conceito – porque nos leva longe em experiências, duma forma divertida e barata; e porque é prático e económico. Podemos apanhar transportes públicos, boleias – qualquer coisa. São os 1000 euros que nos vão levar a algum lado (esperemos que a Dakar), não as bicicletas. Se quisermos, até podemos trocá-las por camelos – temos é que depois justificá-lo a quem nos emprestou!
Quantos quilos já perderam?
No outro dia pesámo-nos numa balança do peixe, só para saber que tínhamos praticamente o mesmo peso que em Portugal! O nosso lado metrosexual verteu uma lágrima, mas de todas as formas abatemos dois barris de cerveja e jantaradas que trazíamos na pança, e concerteza ganhámos alguma massa muscular. O suficiente para pedalar até à próxima fronteira, pelo menos: a tia Liló diz que a Mauritânia é número um para dietas, e que o solário do Sahara dá um bronze fantástico.
Onde lavam a roupa?
Em Portugal e Espanha, nos tanques dos parques de campismo. Com shampô. Em Marrocos, normalmente é num alguidar, quando paramos para editar os filmes. Com pacotinhos individuais de detergente – chique! Houve uma vez em que a preguiça foi mais forte... e não resistimos a pedir às senhoras da limpeza do hotel, que nos lavaram toda a roupa por 2 euros! Contra as nossas expectativas, ainda não foi desta que veio tudo engomado para dentro das alforjas – esse é um luxo que não conhecemos desde a primeira vez que as arrumámos, ainda em Lisboa.
Vejo que ultimamente têm dormido muito em casa de pessoas. Como é que isso funciona?
Não vamos especificamente à procura desses filmes. A nossa experiência em viagem diz-nos que quanto menos expectativas tiveres, mais surpresas terás. E a nossa postura é mesmo essa: vamos avançando, e quando paramos para descansar nunca temos a estadia em vista (era só o que faltava!). As noites em que fomos convidados para ficar em casas de pessoas aconteceram sempre por mero acaso. Com tempo, haveremos de contar estas histórias com mais detalhes – se há coisas em que o formato video é limitado, é no facto de não podermos explorar cada momento ao pormenor. A seu tempo...
Já agora, fica aqui a “contabilidade” das dormidas, feita na última 5ª feira, quando completámos 50 dias de viagem:
- Camping selvagem: 12 noites
- Camping: 7
- Pensões: 15 (inclui 4 noites no terraço do Suerte Loca)
- Casas: 14 (inclui os primeiros dias em Azeitão e a casa de Silves)
- Bus: 1 (em que avançámos, durante a noite, cerca de 600km)
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Às portas do deserto
Confirma-se a tendência da semana passada: em Marrocos, avança-se devagar. As paisagens, as pessoas e a nossa vontade de absorver tudo têm abrandado muito o ritmo, mas continuamos com pedalada. Depois de na semana passada fazermos o percurso Tiznit – Mirleft, com paragem em todos os apeadeiros, parecia difícil avançar menos... mas conseguimos!
Mirleft a Sidi Ifni foi um salto com paragem obrigatória na praia de Legzira, e depois... 4 raios e um furo, já não é novidade! Deixámos a Penélope e a Mikelina com um mecânico saudosista dos espanhóis e instalámo-nos no terraço do Hotel Suerte Loca, em Sidi Ifni – uma pequena cidade à beira-mar que foi espanhola até aos anos 60, e que tem um ambiente muito próprio. A nossa estadia acabou por ser mais demorada que o esperado, também por culpa de um snack que servia refeições óptimas até tarde, onde jantávamos por cerca de um euro cada; da Patisserie Avenida, onde todos os dias tomávamos o pequeno-almoço, acompanhado de bolinhos a menos de 5 cêntimos cada; e do souk, que visitámos duas vezes, fascinados com as cores das especiarias e dos vestidos, o cheiro a coentros e hortelã-pimenta, os pregões dos vendedores, o artesanato do Sahara...
Quando saímos para o deserto, estávamos cheios de moral. A nossa estrelinha tem-nos servido, de certa forma, a viagem numa bandeja – e por causa disso, veio também alguma displicência. Mas com o Sahara não se brinca... e aprendemos isso logo no primeiro contacto. Está tudo no video.
sábado, 12 de abril de 2008
Quem sabe, sabe.
Entre todas as profecias anunciadas à saída de Lisboa – bicicletas que só duram 500km, pedaleiras partidas, rabos assados e outras maleitas mecânicas e físicas – felizmente apenas uma se concretizou.
O Filipe Palma, que é uma espécie de guru para esta viagem e sem dúvida uma inspiração para qualquer viajante (ver filme #00 – Bora lá), foi o único a mencionar os raios. Segundo ele, mais do que qualquer outra coisa – mais até que furos! – os raios partidos iam ser, provavelmente, a maior dor de cabeça, em termos de mecânica.
Acrescentados aos 6 substituídos pouco antes de Kenitra, os 4 raios partidos esta semana, em Sidi Ifni, só confirmam as previsões do Filipe; e abrem caminho para uma nova questão: quantos vamos partir, ao todo, até ao fim desta viagem? Aceitam-se “apostas”.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Encontro Lusitano
Foi a caminho de Tiznit que tivemos – finalmente! – o primeiro encontro com portugueses, desde a entrada em Espanha. Já tínhamos comentado este entranho facto pois, mesmo sendo poucos, diz-nos a experiência que, em viagem, há sempre encontros lusitanos – por mais recôndito que o sítio seja. Este grupo de 5 amigos tinha comprado uma carrinha com 100 euros cada, e iam a caminho da Guiné, para a oferecerem, carregada de material hospitalar, a uma missão.
Estivemos em amena cavaqueira na berma da estrada – só faltou a bica e o pastel de nata, para completar o cenário. Soube a pouco, mas o nosso ritmo estava muito longe da pedalada deles – tinham feito em 2 dias o que nós demorámos mais de um mês a completar.
Há mil e uma maneiras de viajar - mas aventurar-se com os amigos África abaixo, com o objectivo de ajudar... é concerteza uma fórmula duplamente feliz.
Quanto a nós: lá ficámos para trás, com um encontro marcado para Lisboa, para trocar fotos e histórias, minis e tremocos. Mas porquê esperar ? Se lerem este post, mandem-nos algumas fotografias da vossa aventura, sff! Portugal olé!