quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Quem é o Joff?


Joff em Lhasa, Tibete

Nasceu no Essex e cresceu perto de Southend on Sea, em Inglaterra. Dizem que filho de peixe sabe nadar, e a verdade é que o Joff sempre foi um apaixonado por motores de corridas. O pai era piloto e corria em clássicos, e ele passou muitos dias da sua infância em circuitos de corrida ingleses.

Em 1982 (com 14 anos) comprou a meias com o pai o chassis de um Riley 9 de 1932. Os anos seguintes foram passados a tentar construir um clássico “especial de corrida”. De qualquer maneira, este carro não havia de durar muito, porque o tecto do celeiro onde estava guardado caiu, num ciclone que passou em Inglaterra em 1987. A única vez que o guiou, em Silverstone, Joff não ficou muito contente com a prestação - havia muita coisa a mudar...

Aos 16 anos, já tinha largado a escola. Foi trabalhar para uma empresa que “kitava” carros, mas só durante um ano – até eles serem apanhados pelas autoridades. Então juntou-se à família, na empresa do pai. Restaurava velhos Rolls Royce e Bentleys, anteriores à guerra, e trabalhou aqui até 1988.

Em 1989 mudou-se para o Canadá, onde viveu com a tia e o primo. Trabalhou numa fábrica que fazia motores de corrida, e comprou o seu primeiro Morris Minor – o mesmo em que atravessou os EUA, de costa a costa.

Voltou para Inglaterra em 1990 e em 5 anos formou-se na construção de motores para a Formula 1. No entanto, no fim da década de 90 estava desiludido com o seu trabalho. O que tinha sido uma paixão enquanto trabalhava com o seu carro, tornara-se aos poucos num trabalho stressante e chato.

Uma das maiores reviravoltas da sua vida aconteceu quando começou a vender vidro pintado no Mercado de Artesanato de Greenwich. Este lugar foi uma revelação. Fez amigos de todo o mundo, com backgrounds tão diferentes quanto os países de onde vinham. Tinha começado a andar de bicicleta para poupar nos transportes, e convenceu-se que esta seria era a melhor maneira de visitar os países de que tanto ouvia os amigos falarem.

E agora, se não se importam, vamos esquematizar um bocado a coisa:

1998: vai até Amesterdão de bicicleta e decide fazer uma volta ao Mundo.

1999: constrói a primeira Penny Farthing – a Mk1 – já com o objectivo de partir pelo globo. Tem um acidente com um carro e fica com a roda da frente destruída. Depois de arranjá-la, viaja para Paris, para as celebrações do milénio. Apercebe-se que a Mk1 é muito pesada.

2000: a casa é roubada, perde todas as poupanças. Atrasa a partida, redobra o trabalho, constrói a Mk2.

2001: constrói a Mk3 e sai finalmente para a volta ao Mundo. Desiste logo no primeiro dia, quando os joelhos cedem sem aviso, ao fim de 40km. Descobre que tem um “Illio Tibal Friction Syndrome”.

2002: depois de fisioterapia intensa, faz uma viagem de 3 dias com amigos. Corre bem.

2003: constrói a Mk4 e sai pela segunda vez para a volta ao Mundo. Dois meses e meio depois, os joelhos voltam a ceder, em Budapeste, com “Patello Femoral Syndrome”. Tem de voltar de avião, no regresso a Londres.

2004: opera o primeiro joelho. Volta a andar na bicicleta, fazendo voltas de vinte e poucos km durante a semana. Descansa muito.

2005: pubilca o seu primeiro livro, sobre a viagem de Morris nos EUA. Volta a andar na sua Penny, mas tem um desastre. Resultado: joelho e ombro facturados. Reconstrói a Penny, recupera e começa a preparar-se para a terceira tentativa.

2006: acaba de preparar a bicicleta, com a ajuda da Cyclefit, que é especialista em adaptar bicicletas ao tamanho da pessoa, por causa dos joelhos. Num novo teste, volta a cair e parte o braço e o pulso. E assim que ficou bom… partiu!

2008: Dois anos e meio de estrada e está prestes a regressar a casa. Mas antes, é o convidado especial do “Até onde vais com 1000 euros?”.

7 comentários:

Gonças disse...

WOw...inspirador. 10 anos a adiar o sonho...sempre a ultrapassar obstáculos!
Muito bom, e muito obrigado!
Cumps ciclistas
GPais

Aubigné disse...

Impressionante e muito, muito, inspirador...

Uma história cheia de obstáculos, todos eles ultrapassados por uma das melhores razões do mundo...viajar (onde se conhece, cresce, muda, aprende, desenvolve, enriquece, etc., etc.).

Eu que me ando a multiplicar-me para preparar o meu projecto de viagem...sem tempo, apressado...espero que saia algo de produtivo.

Esperemos.

Grande JOFF. A vida é feita de coisas assim...eis o espírito.

Eu vou continuando...espero que também vocês Jorge e Carlos.

A aguardar notícias...

TMA
http://westerneutour.blogs.sapo.pt

Anónimo disse...

Rapazes!
Saudações ao Joff" e os meus parabéns por tanta persistência, depois de tanto osso partido!
E eu aqui a queixar-me de uma simples tendinite...
Abraços

Joca Moreno disse...

impressive esta história!

Maikon Augusto Delgado disse...

Muito bom! Realmente muito inspirador.

Saudaçoes brazucas.

Anónimo disse...

Já nos íamos esquecendo de disponibilizar o site do Joff:

www.pennyfarthingworldtour.com

Bom fim-de-semana!

Dija disse...

Eu vi-o!!No CCB!!;)
bjinho