Até podia ter sido uma tarde lixada. A manhã foi o que foi, por isso as expectativas eram baixas. Era suposto voltarmos à N8, o que implica mais trânsito - logo, mais razias e "sprayzadas" de água suja.
Podia ter sido uma tarde lixada - mas não foi. O Wilson (do restaurante "Lázaro", onde almoçámos na Nazaré) recomendou-nos uma ciclovia que serpenteia, Portugal acima entre o pinhal e o mar, até S. Pedro de Moel. E ainda nos ofereceu uma garrafa de vinho tinto - que estamos neste momento a beber.
As nuvens estavam mais claras, deixara de chover. Era hora de partir.
Subimos no ascensor da Nazaré, com as bicicletas na parte de fora. Foi um pequeno drama para tirá-las, não só porque podiam cair pela encosta abaixo, mas porque havia uns cabos de alta tensão a menos de um braço esticado de distância. Nem tínhamos reparado neles, até ao "condutor/pica" nos avisar:
- Meninos, tenham cuidado com esses cabos que ficam aí agarrados e são projectados pela encosta abaixo.
(que imagem...)
- Mas isso já aconteceu?
- Então não! No outro dia vinha um homem com uma daquelas armas de caça submarina... quando vai para tirá-la aquilo dá-lhe um esticão e lá vai ele pelos carris abaixo.
- E morreu?
- Não... partiu um braço e uma perna... mas podia ter sido pior.
Dito isto, atenção redobrada para não tocarmos em nada. Não vá o diabo tecê-las.
Quando finalmente estávamos prontos para sair, eis que o telefone toca. Era a Dina das Dunas. Quem acompanha o blog há mais tempo lembra-se dela, de certeza. Foi para Dakar na mesma altura que nós, de jipe. Publicámos aqui a história dela, com fotos à mistura... e quando lançámos a "campanha de angariação" das guitarras, foi ela quem nos enviou a guitarra que está agora na Mauritânia, em casa do Djaló.
Apresentações à parte: a Dina ligou, porque tinha lido no blog que estávamos na Nazaré. Queria aconselhar-nos a ciclovia (e se já estávamos convencidos em vir por aqui, agora é que não havia volta a dar) e ainda nos arranjou um lugar para dormirmos, aqui em São Pedro de Moel. Mas disso falamos amanhã.
Tudo está bem quando acaba bem. E o hoje dia foi um exemplo disso. Começou de uma forma mais agreste, com chuva e alguns contratempos (o Jorge deixou cair a carteira, numa rotunda das Caldas, e foi preciso voltar atrás para recuperá-la, porque o Sr. Joaquim, que a encontrou, conseguiu arranjar forma de entrar em contacto connosco!); mas depois de um almoço excelente, as energias viraram a nosso favor, pedalámos numa ciclovia espectacular (parabéns e obrigado a quem se lembrou de a construir, devia haver mais cabeças assim por esse Portugal fora) e aqui estamos... no quentinho... a saborear um bom vinho e a preparar-nos para ir jantar!
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
6º dia (20:00)
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5 comentários:
que aventuras...já sabem se quiserem qdo passarem por Aveiro podem ficar cá em casa com a familia Palma
pmjpalma@sapo.pt
boas pedaladas
Um bem haja à D. Florinda, Dina e à família Palma. Devíamos tomá-los como exemplo e a vida seria mais fácil para todos.
Faz-me lembrar quando das idas a Fátima a pé, as portas se abriam de par em par para nos receber e do outro lado estava toda a família com um sorriso. Era o que bastava para nos dar animo e força para seguir.
Obrigada a todos!!!
já têm onde dormir em coimbra?
c.
Muito obrigado, já temos. Vamos ficar em casa da Dina. E mais uma vez obrigado a todos pelo apoio, seja no encorajamento que nos dão no blog, seja na hospitalidade com que temos sido surpreendidos.
É normal que neste mundo de teljornais cheios de violência e dramaas, as pessoas fiquem de pé atrás. Mas aposto que é apenas a primeira reacção e tenho fé que, no fundo as pessoas ainda saibam receber. Vocês até agora estão a confirmar esta minha convicção. Continuem e não se acanhem!
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